Vou começar esta resenha sendo bem sincera com vocês: Alô Chics da Glória Kalil não é um desses guias práticos clichês que a gente encontra por aí. Dito isto, posso entrar no mérito da questão sobre o seu conteúdo.
Na verdade eu fiquei bastante em dúvida se faria ou não esta resenha. Pois sei bem que não só o livro, mas como bem a própria Glória divide bastante as opiniões por aí. Por fim decidi fazer a resenha porque gostaria de recomendar este livro não apenas para leitura, mas também para deixa-lo em sua mesa de cabeceira.
O primeiro e mais forte dos motivos que me levaram a resenha-lo foi justamente termos em mãos uma publicação que não só diga como devemos nos portar. Mas quando o assunto é sociedade e seus códigos de conduta. Alô Chics é um guia prático da etiqueta com um toque mais moderno de se explicar os costumes que regem a ordem educacional do comportamento humano.
Alô Chics e a etiqueta contemporânea
Em Alô Chics, Glória não apenas fala como você deve se portar em ocasiões como ao encontro de uma autoridade. Ou mesmo num jantar de domingo com seus avôs. Ela dá uma breve explicação sobre o porquê devemos fazer aquilo daquela maneira.
Sei que muita gente, assim como eu no auge da minha chatice de adolescente, sempre achou muito fútil e careta quando uma tia vinha falar comigo:
mas você não pode falar deste jeito com as pessoas, não deve fazer isso quando é recebida na casa de alguém…
simplesmente eu não entendia o porque eu deveria fazer as coisas como ela dizia e não como eu achava que deveria ser. Eu me sentia ridícula? Sentia, claro, mas me sinto muito mais ridícula hoje ao me lembrar de ter passado tanta vergonha sem necessidade.
Outra coisa muito importante que aprendi ao ler o livro foi que, certas regras jamais devem ser ignoradas. Por mais antiquadas que estas regras de etiquetas possam ser e parecer hoje em dia. Acredito que, se elas existem é porque precisam cumprir uma função muito específica na sociedade.
Um manual comportamental
Assim como as leis servem para manter a ordem na sociedade entre os espaços, direitos e deveres dos homens. As etiquetas sociais cumprem um papel de cortesia e educação a serem seguidos para que, mesmo em situações de divergências o ser humano consiga interagir de forma diplomática com os demais.
Imagina se a gente começar a hostilizar todo mundo que a gente não vai com a cara ou que tivemos um desentendimento? Apesar de dar muita vontade de socar a cara da pessoa, a civilidade nos manda fazer o contrário. Por isso essas normas de condutas sociais precisam existir e serem seguidas.
Só peço a você, caro leitor, tenha a mente aberta e não leiam este livro como se fosse apenas um simples manual de regras. Tente refletir sobre cada dica que Glória Kalil dá. Posso te garantir, na hora parecerá meio “hã?”, mas algum dia você perceberá que tudo isto faz o maior sentido!
Eu sou uma das pessoas que torce um pouco o nariz pra Gloria. E acho isso curioso porque, num geral, acredito que ela entende bem daquilo o que fala. Por outro lado, recebo com certa estranheza essas normas de conduta que ela dá. Não porque acho que não são uteis, porque são. O raciocínio fica ainda mais curioso nesse ponto. Ao passo que acho estranho alguém querendo mostrar regras a uma sociedade que, em tese, defende cada vez mais a liberdade de tudo, acho também necessário que alguém o faça. Algumas coisas simples “saíram do controle” e a sociedade não precisava disso só para provar que pode… rs
É confuso e eu te entendo. Mas como você mesma disse e eu percebi isto também, estas normas são necessárias para mantermos um certo tipo de “ordem”, porque se com elas a coisa está assim (estudantes adolescentes fazendo ato de reivindicação de usarem micro shorts numa escola no RS) imagine se fosse tudo liberado geral. Claro que regras foram feitas para serem quebradas, mas tudo no seu devido bom senso claro!