Há quem acredite que para escrever poesia precisa seguir um protocolo com regrinhas. Mas já vimos aqui no blog que não, a poesia que vi em pó de Lua, não tem regras, dono ou formas de escrever “certo”.
Esta será a eterna discussão, em meio acadêmico claro, que nunca fará sentido para os amantes da leitura. Pó de Lua é primeiro lançamento de dois livros da autora pernambucana Clarice Freire.
Conhecendo novos poetas e poetisas
A publicação apareceu por acaso quando pesquisava sobre “poesia ilustrada”, pois tinha gostado tanto da proposta de Rupi Kaur. Foi assim que me empenhei em encontrar a todo custo um autor brasileiro com aquele estilo.
As propostas são completamente diferentes, enquanto um tem uma carga dramática mais pesada. Enquanto Pó de Lua traz justamente um alivio entre leituras densas.
Costumo intercalar a leituras com as poesias de Clarice para dar aquela leveza na mente. Sem falar que ao ler seus versos eu tiro muitas ideias para trabalhos offline.
O novo estilo proposto em Pó de Lua
As prosas de Pó de Lua têm em seu repertório ilustrações que dão um ar mais angelical à poesia. Para um leitor acostumado com a forma tradicional da poesia, versos simples, acaba se perdendo durante a leitura.
Eu mesma já cogitei em pesquisar na internet maneiras de ler este livro sem prejudicar o entendimento e o ritmo das rimas.
Mas aí não faria o menor sentido. Já que a proposta é justamente tirar o leitor do meio comum e treinar seu olhar para uma nova forma de escrita. Uma escrita que mescla texto com imagens.
Mas não se engane, as ilustrações dos dois livros Pó de Lua são ilustrações feitas sob medida pela própria autora para seus livros.
Talvez eu não consiga explicar bem por aqui com as palavras. O leitor precisa pegar este livro e ter a experiência e constatar por si. A graça deste estilo de leitura está justamente no modo que o leitor vai lidar com o novo ambiente.
A poesia fotogênica de Pó de Lua
Dividido em quatro fases, assim como as fases da lua, o livro mostra em cada uma destas etapas um texto bem humorado e muitas vezes sarcástico as nuances da vida cotidiana.
Que assim como muitos autores a gente desconfia que inspiram em alguém ou em si para escrever. Mas no fundo encontramos sentido nossos porque nossas vidas se assemelham em algumas coisas em determinados momentos do tempo.
Rápida e rasteira é como defino o meu ritmo de leitura em Pó de Lua. Se eu não me policiar, inicio e termino a leitura em apenas uma hora. De tão viciante que são as rimas de Clarice Freire.
Outra característica deste livro é o fato dele ser bastante fotogênico para as redes sociais. Respeito muito a lei dos direitos autorais e por isto evitei de publicar detalhes demais da obra neste post. Foi muito difícil, pois as ilustrações são muito convidativas.
Seria um pecado mortal não dar um gostinho aos leitores que ainda não conhecem a obra não verem o que eu consigo ver, mesmo que de relance.
Considerações sobre a obra
Só tenho coisas boas a dizer sobre os dois volumes do livro e principalmente este, o primeiro. A fluidez e sossego que essa leitura me trouxe não tem explicação.
Mas mesmo com tantos elogios que posso decorrer sobre este livro, apenas um ponto negativo me atrapalhou durante a leitura.
A encadernação. Sinceramente, a editora Intrínseca deveria investir mais na capa dos dois livros da autora. Um material destes neste nível merece nada menos que uma capa dura, mesmo que isto o encareça um pouco.
Se algum dia lançarem uma capa dura ou broxura melhor que esta, que amassa e marca a lombar muito fácil, com certeza comprarei.
Fora este pequeno inconveniente proporcionado pela editora. Meus votos são que Clarice continue fazendo o que faz de melhor: publicar poesias com ilustrações. Se futuramente ela lançar outros livros como estes ou até diferentes, com certeza será um sucesso e eu os terei!
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