Antes de adquirir esta minha consciência em ser menos consumista, eu lidava de um jeito meio peculiar com o ato de comprar. Senti uma enorme necessidade de organizar a vida a partir deste sentimento.
Sim, já fiz muita compra por impulso. E hoje pago caro, literalmente, por conta disto. No minuto em que parei e refleti sobre como estava minha relação com o consumo eu percebi uma certa hipocrisia. Parei de consumo cosméticos, maquiagens e roupas por livros.
Muita gente vai dizer: mas livro é um bom investimento. Sim, concordo. Porém eu estava adquirindo um outro tipo de produto de forma desenfreada da mesma maneira que era quando comprava maquiagens e sapatos.
Ou seja: troquei seis por meia dúzia. Hoje tenho pilhas de livros que dão para mais de anos abastecida aqui em casa.
Quando percebi esta redundância, a primeira providência claro foi excluir o cartão de crédito salvo no cadastro da Amazon. Em seguida, sentei no meu quarto e olhei à minha volta e listei tudo o que estava excedendo e que podia sair dali.
Fiz uma limpa daquelas e percebi que livros lidos eu não leria mais. Roupas que eu não usava tanto ou me serviam eu também não usaria mais. Foram caixas e sacolas abarrotadas de coisas que saíram do meu quarto. Até objetos de decoração não passaram despercebidos.
Para organizar a vida
São sete pares de sapatos que tenho, dos quais são:
- duas botas de couro sintético, uma de acabamento em vinil e outra fosca;
- um scarpin estilo Valentino cor nude;
- uma sandália preta tratorada de salto plataforma;
- um sapato de salto fechado;
- uma sapatilha e um tênis Nike para caminhada.
Acredito que não preciso mais do que isto para viver. Sem falar que eu uso o sapato até ele acabar, literalmente.
Nessa onda de usar tudo até o fim e abrir mão do que não quero mais, fiz uma lojinha no enjoei e estou desapegando sem dó de tudo mesmo. Agora estou assim, se não uso ou não me serve, coloco na lojinha.
Organizar a vida é bom e todo mundo deveria gostar
Não poupei nem mesmo minhas maquiagens. Fiz aquela limpa jogando fora o que estava vencido e possivelmente irritando a minha pele.
Pois é, alguns produtos ainda estão vencidos e eu continuo usando, só que como não me deram nenhuma reação alérgica, continuarei com eles. Já que muito dinheiro foi investido e eu usarei tudo até não ter mais condições.
No propósito do consumo consciente eu tenho priorizado cada vez mais as marcas nacionais. Deixando estas mais caras e de luxo para ocasiões raras.
Assim evito de acabar com produtos que gosto e eu sei que não poderei comprar tão cedo. Além do mais, tenho me surpreendido bastante com marcas mais “baratinhas”.
Estou desmistificando aquele preconceito que temos de que o que é nacional não presta. Vou falar uma coisa, só tive surpresas boas.
Depois desta faxina, pude organizar a vida de uma forma mais tranquila. Já não tenho mais aquela necessidade de sair comprando tudo o que vejo pela frente e o melhor, apenas compro para repor o que havia acabado.
Ou seja, só entra algo novo depois que o melhor sair. É impressionante a nossa capacidade em acumular coisas que não precisamos.
Oi Carla, como vai?
Adorei esse post, me fez lembrar de quando estava nessa fase inicial do desapego. Hoje já estou desapegado com bastante coisa, mas é claro que ainda existe algumas coisas das quais preciso me desfazer.
Sabe que isso de pararmos de consumir algumas coisas e, mesmo sem perceber, passar a consumir outras, é muito comum? Acontece com muita gente que eu conheço e até aconteceu comigo. É necessário muito sabedoria para nos darmos conta e pararmos antes que se torne o que era antes.
Amei o post.
Beijos
http://www.mundoinvertido.com
Olá João. Um update da situação. Eu sei que algumas pessoa repassam a consumir outras coisas depois que começam a desapegar. Mas hoje estou parando de consumir coisas e só tenho consumido serviços. Cheguei a conclusão que não cabe mais em minha vida comprar mais nada, pois posso me virar bem com o que já tenho!